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Conheça 12 tendências de tecnologia para 2017.

Internet das coisas, realidade virtual, machine learning e bots. Saiba os conceitos que o empreendedor precisará ter na ponta da língua

Nenhuma empresa cresce sem tecnologia. Algumas estão na vanguarda desse mercado, criando novos conceitos, enquanto outras aproveitam as inovações para melhorar seus produtos ou serviços já existentes. As inovações podem ameaçar mercados e empresas estabelecidas, mas trazem também novas oportunidades de negócio e de relacionamento com clientes. Mas afinal, qual onda tecnológica sua empresa vai surfar em 2017? Com a ajuda de Felipe Almeida, sócio da Zup, e Ricardo Pelegrini, Gerente Geral de Serviços para América Latina da IBM, reunimos as principais tendências na área.

Bots

Apesar de os bots já terem dado o que falar em 2016, principalmente depois do lançamento da plataforma do Facebook, no próximo ano eles devem continuar bombando. Bots são sistemas que simulam ações humanas, como assistentes virtuais. A ideia é facilitar a experiência do usuário que já está acostumado a interagir por mensagens de texto ou áudio via Whatsapp, Messenger, Skype e outros aplicativos. Os bots dão informações sobre serviços e produtos, sem que o usuário tenha que ficar buscando na aplicação. A Siri, da Apple, é um exemplo de bots.

De acordo com Felipe, a melhoria na interpretação da linguagem humana e o poder de processamento dos datacenters são fundamentais para garantir que essas ferramentas executem atividades complexas. O site Botlist traz uma lista de bots disponíveis.

Dispositivos interativos e inteligência artificial

Para a equipe da consultoria TrendWatching, cada vez mais os produtos vão interagir com os seus donos e estarão dotados de inteligência artificial. O Google, com o aparelho Google Home, é um dos pioneiros nessa área. Com aspecto de caixa de som, o produto se conecta a todos os serviços Google do usuário, como e-mails, calendário e fotos. Por comando de voz, é possível fazer perguntas, pedindo que ele cheque compromissos, leia e-mails, informe a previsão do tempo ou toque uma música.

O aparelho também se conecta a outros dispositivos como o termostato Nest. Outro exemplo é o robô Domgy, um robô pet criado por uma empresa chinesa. Ele usa inteligência artificial e uma tecnologia de reconhecimento facial para interagir com membros da família e até alertar para a presença de estranhos.

Líderes que entendem de tecnologia

Até pouco tempo atrás, era possível delegar todas as iniciativas da empresa em tecnologia para o CIO. Hoje, não mais. A tecnologia moldará os negócios do futuro e os líderes das empresas precisarão entender do assunto. Para Ricardo, o líder que delegar para a equipe de tecnologia essa preocupação estará, em breve, fora do mercado.

Integração mundo físico – mundo digital

Cada vez mais empresas estão criando experiências que começam no mundo digital e acabam no físico e vice-versa. Por exemplo, quando o cliente compra pelo aplicativo e retira o produto em uma loja física, ou lojas que se tornam showrooms onde o usuário conhece os produtos e depois compra pelo site.

O uso cada vez maior de beacons e sensores permitirá uma série de cruzamento de informações para trazer novas experiências e inteligência para a relação entre empresas e consumidores.

Uma das iniciativas aguardadas para o ano que vem é a inauguração da loja física Amazon Go. A primeira loja será em Seattle, onde fica a sede da gigante de e-commerce dos Estados Unidos. A loja não terá caixa na saída. Bastará o cliente se identificar com o aplicativo na entrada e colocar os produtos em sua sacola, como mostra o vídeo de divulgação.

On Demand

Aplicativos como o Uber fazem parte de uma tendência de facilitar a contratação de serviços ou produtos, que deve continuar em alta. Nem todas as empresas conseguirão se manter no longo prazo, mas a aposta de Felipe é que aquelas que conseguirem atender uma real necessidade dos consumidores, com interação “frictionless” – uma experiência fluida e sem ruído – terão grande chance de dar certo.

Mobilidade

Com a popularização de tablets e celulares, a vida está cada dia mais na palma da mão. Isso significa que a interação com o mundo por meio da internet pode acontecer de qualquer lugar, inclusive durante deslocamentos. Segundo pesquisas da IBM, passamos 90% do tempo com o celular perto das nossas mãos – um número que as empresas precisam levar em consideração. Dormimos perto desses aparelhos, passamos o dia com eles no bolso ou em cima de nossas mesas. Ter plataformas que se adaptem a essa mobilidade do usuário é essencial.

Social

Aplicativos de mensagens e redes sociais são canais que promovem interação constante, tanto entre pessoas quanto entre clientes e empresas. Segundo Ricardo, uma pesquisa recente da IBM mostrou que duas em cada três empresas utilizam redes sociais para entender mudanças de mercado, pensar no lançamento de produtos e monitorar a repercussão de suas ações. Essas mensagens que cada um de nós publica na rede podem – e devem – ser usadas pelos negócios como base para construir um conhecimento sobre clientes.

Cloud

A nuvem é uma ferramenta que derruba barreiras para pequenas empresas e startups ao tornar os recursos computacionais mais baratos e flexíveis. As empresas pagam pelo que consomem, sem precisar investir em infraestrutura própria. “As estruturas clouds estão cada vez mais acessíveis para startups poderem criar suas soluções SaaS, seja B2C ou B2B, e venderem para milhões de clientes de uma maneira escalável”, diz Felipe. Segundo o empreendedor, o custo tem diminuído com o aparecimento de players nacionais, mas mesmo gigantes como Amazon e Azure procuram parceiros estratégicos para promover suas soluções de cloud.

Internet das coisas

Essa tendência não é nova, mas está em rota de crescimento. “O número de dispositivos que mandam algum tipo de informação cresce exponencialmente. Estimamos que haverá entre 20 e 30 bilhões de dispositivos conectados até 2020”, afirma Ricardo. Esses dispositivos estarão em todos os ambientes: nas casas, nos carros, nos escritórios e nas fábricas. Até a rede de iluminação pública já é capaz de monitorar remotamente lâmpadas queimadas.

Realidade aumentada e realidade virtual

Soluções de realidade virtual e realidade aumentada prometem explodir em 2017. Segundo Felipe, o lançamento dos óculos Rift foi bem impactante e gerou o desenvolvimento de vários aplicativos e jogos de VR. O Pokemon Go foi um marco da realidade aumentada. Ainda há muitas oportunidades a ser exploradas. Já existem, por exemplo, tratamentos para pessoas que sofreram queimaduras graves com o auxílio de realidade virtual usando imagens de gelo e frio que, comprovadamente, aliviam a dor durante os tratamentos.

Gerenciamento de big data

Segundo Ricardo, o número de dados gerados no mundo está crescendo rapidamente. Cerca de 90% dos dados que existem hoje foram criados nos últimos dois anos. O volume de informações é gigantesco, mas nem todas as empresas estão preparadas para analisá-las. Apenas 20% dos dados existentes hoje são aproveitados. A tendência nos negócios, portanto, será cada vez mais explorar essas bases de maneira inteligente para gerar valor e vantagem competitiva, criando melhores recomendações e segmentações.

A marca Northface, cliente da IBM, usa dados para sugerir aos compradores produtos mais adequados de acordo com seu planejamento da viagem. Se a pessoa vai escalar o Everest por uma determinada rota, em uma determinada data em que a chance de chuva costuma ser de 3%, a Northface entrega essa informação ao cliente e avisa que casaco com proteção extra contra a chuva, por exemplo, talvez não seja necessário.

Para Felipe, o processamento das informações tende a evoluir muito em 2017, permitindo não só encontrar as informações mais relevantes e precisas dessa montanha de dados, mas também usá-las para gerar ações em tempo real para usuários, como feedbacks e recomendações. Essa experiência dá ao usuário uma sensação de que aquela interação ou oferta é de fato exclusiva e que a marca entende suas reais necessidades.

Sistemas cognitivos e machine learning

A melhora da experiência do usuário nas plataformas online e a tomada de decisão nas empresas terá muito a ver com o machine learning e sistemas cognitivos nos próximos anos. Sistemas cognitivos existem em serviços como o Watson, da IBM, que interpretam uma enorme quantidade de dados e conseguem tirar conclusões a partir deles. Segundo Ricardo, em cerca de cinco anos a maior parte das decisões que tomamos terão o apoio de sistemas cognitivos, uma vez que o volume de dados será grande demais para um só ser humano analisar.

O Watson, por exemplo, recentemente auxiliou a definir o trailer do filme Morgan, estrelado por Kate Mara, famosa por sua participação como Zoe Barnes na série House of Cards. O sistema analisou mais de 20 mil trailers e o filme em questão para sugerir um trailer. Para Felipe, assim como alguns de nós já se acostumaram com a experiência do algoritmo do Google, que cada vez mais nos dá sugestões de buscas mais precisas, acharemos normal a inteligência por trás de ofertas e recomendações. Essas soluções serão melhoradas e o machine learning estará no centro das tecnologias disruptivas dos próximos anos. Os carros autônomos são um exemplo dessa tendência.